Caso Jéssica: o que nunca devemos fazer

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O caso Jéssica fez esse final de ano ser um pouco mais triste e reflexivo. Para quem não sabe, trata-se da jovem Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos, que ceifou a sua própria vida por conta de uma fofoca.

Jéssica Vitória Canedo, 22 anos: reputação destruída e triste fim

A tristeza vem por conta de uma menina jovem, bonita e certamente cheia de sonhos chegar a esse extremo. A reflexão, porém, se dá pelo fato de uma reação em cadeia que teve o pior resultado possível.

São atitudes que vão totalmente ao contrário de uma vida pacífica e em constante desenvolvimento. Porém, trazem certas armadilhas, nas quais qualquer pessoa pode cair, em maior ou menor escala – e, além de expressar o pior, paralisar a sua própria vida.

Vamos agora ao caso Jéssica e o que podemos tirar de lição desse terrível fato.

Prefere em vídeo?

O caso Jéssica

Tudo começou com uma montagem que simulava uma conversa de teor romântico entre Jéssica e o humorista e influencer Whindersson Nunes. Não se sabe (e ninguém teve essa curiosidade ainda de saber, pelo visto) quem fez essa montagem, já que Jéssica não usava regularmente as redes sociais, pois estava se tratando de uma depressão severa.

Os prints foram mandados para um perfil no Instagram chamado Garotx do Blog, que publicou os prints – segundo Whindersson, o perfil sabia dessa condição, pois ele foi consultado e disse que não eram verdadeiros.

Devido à repercussão, um perfil maior, o Choquei, com mais de 25 milhões de seguidores no Instagram e X (antigo Twitter), repostou esses prints. Inclusive, os dois perfis fazem parte da mesma agência digital.

O caso Jéssica tomou proporções gigantescas

Whindersson veio a público e disse novamente que eram falsos. 

E o que se viu depois foi uma avalanche de comentários maldosos direcionados à Jéssica. Ela precisou pedir para que parassem em forma de um longo texto no Instagram, mas recebeu um comentário debochado do administrador da Choquei, dizendo que a época da redação do Enem já havia passado.

A resposta cheia de deboche e vazia de empatia do responsável pela Choquei,
depois de Jéssica dar suas explicações

Sua mãe, em uma tentativa desesperada, gravou um vídeo emocionado, também pedindo o fim de tudo aquilo.

Sem estrutura psicológica para lidar com mais um revés, a jovem chegou ao extremo e tirou a própria vida.

No entanto, o que temos que aprender com o caso Jéssica? Vamos em frente.

Aprendizados do caso Jéssica

Na verdade, são dois: sobre ser um hater e a definição de verdade, que pode ser totalmente distorcida. 

Sobre ser um hater

O que leva uma pessoa a fazer comentários atacando a honra de uma pessoa na internet, o famoso cancelamento? 

Geralmente, quem busca desenvolvimento e está alinhado com seus valores, não tem tempo nem vontade de ir a perfis alheios e destilar tudo o que for negativo. É totalmente o contrário: normalmente, são pessoas sem objetivos e perdidas em frustrações

A pergunta é: qual tipo de pessoa você quer ser?

Não tem como ser hater e buscar desenvolvimento pessoal ao mesmo tempo. É como dizem: os dois não dá. Sem contar que atos como esse dizem muito sobre o caráter de uma pessoa.

Claro que nem todo mundo que embarca nessa é má pessoa, algumas, como mencionado, precisam se encontrar. Não é difícil encontrar quem acredite que esse ambiente tóxico seja normal, possivelmente por ter convivido dessa forma a vida inteira.

Mas aí a gente pode pensar: ”Então não posso criticar ninguém na internet? Ou fora dela?”

Vale aquela diferenciação: o foco. Quando você critica algo de errado que a pessoa fez, usando uma comunicação não violenta, ok. Mas no momento em que o ponto central é a ofensa à pessoa, como se ela fosse errada 24 horas por dia, todos os limites do bom senso são ultrapassados.

Por exemplo: é totalmente diferente falar “o que você fez não foi legal” e “você é a pior pessoa do mundo”. Entendeu? 

Às vezes, a pessoa do outro lado já está vulnerável por qualquer motivo. Foi o que aconteceu no caso Jéssica.

Verdade pautada na verdade

A Choquei tem uma linha editorial claramente progressista. Se uma pessoa que se identifica com esse viés ideológico minimiza qualquer detalhe do caso Jéssica, sua verdade já não está pautada nesta, e sim na cartilha do grupo.

Para perder a própria essência, é um pulo.

E se uma outra pessoa faz oposição, critica esse caso, mas arrumaria qualquer desculpa se a Choquei se identificasse mais com seus pensamentos, seu conceito de verdade também estaria deturpado.

E isso acontece não só em correntes relacionadas à política, mas a qualquer outro assunto.

Você pode se identificar com qualquer linha de pensamento, isso até faz bem, pois o ser humano é gregário. Mas os valores inegociáveis não podem estar em risco. São seus, do ser humano único que é.

Ter o conceito de verdade deturpado faz com que seu aprendizado seja da mesma forma e, claro, os resultados não aparecem. 

Você refletiu sobre o caso Jéssica e como esse triste fato pode nos afetar. Acompanhe os demais textos do blog e me siga no Instagram, para falarmos mais sobre aprendizagem e desenvolvimento pessoal.